quinta-feira, 31 de março de 2011

A escolha do sexo do bebé

Quando um casal é questionado sobre o sexo do filho que tanto deseja, a resposta é quase sempre a mesma: “ é indiferente, o importante é que venha com saúde”. Mas… E se os pais pudessem escolher o sexo dos filhos? Será isto possível?
Na verdade, devido aos avanços das técnicas de Procriação Medicamente Assistida (PMA), fazer essa escolha já é exequível. No entanto, para que possa ser compreendido de que modo é feita essa selecção, é importante conhecer de onde surge a informação para o sexo do bebé, isto é, que gâmeta, o masculino ou o feminino, é o responsável pela determinação desta característica.
O sexo do novo ser é definido pelo gâmeta masculino, uma vez que os gâmetas produzidos pelo homem contêm um dos dois cromossomas sexuais, X ou Y, contrariamente ao que acontece na mulher em que todos os seus ovócitos têm o cromossoma X. Deste modo, no momento da fecundação, pode ocorrer união entre um ovócito e um espermatozóide com o cromossoma X (par sexual XX), formando-se, assim, uma menina, ou fusão entre um ovócito e um espermatozóide com o cromossoma Y, dando origem a um rapaz (par sexual XY).
Depois de explicado o processo de selecção natural do sexo, é fácil compreender de que modo se pode transformar este procedimento natural e aleatório em algo controlado e seleccionado. Esta selecção é feita em laboratório, onde os espermatozóides são analisados e posteriormente escolhidos, consoante o sexo pedido pelo casal, tendo em conta a presença de um cromossoma X ou Y, como referido anteriormente.
A escolha do sexo do bebé pode também ser feita através de um diagnóstico genético pré-implantatório (sendo a sigla portuguesa DGPI) aos embriões resultantes de uma fecundação in vitro (FIV). Uma das indicações para a aplicação do DGPI em embriões é, precisamente, a existência de risco de transmissão à descendência de doenças associadas aos cromossomas sexuais, sendo esta a única razão legal para a sua prática em Portugal.
Como é previsível este assunto envolve muitas problemáticas éticas e morais, pelo que requer atenção por parte de todos os intervenientes e sociedade em geral, para que haja o debate e clarificação de ideias que esta prática requer.
Os casais que pretendam efectivamente escolher o sexo do seu filho poderão dirigir-se a países como os Estados Unidos, desde que disponham de uma avultada quantia económica, de aproximadamente 18 mil euros.
Contudo, será eticamente correcto contrariar a natureza?
Fontes:
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/exclusivo-cm/escolher-o-sexo-custa-18-mil-euros
http://www.bionetonline.org/portugues/content/db_cont2.htm
Diário da República, 1.a série—N.o 143—26 de Julho de 2006
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA - Lei n.o 32/2006 de 26 de Julho

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